Texto Elaine Paiva
Charge Ferrão
O natal está chegando e os paulistanos acabam de ser presenteados com mais uma façanha da Prefeitura de São Paulo: Um aumento no IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). O projeto de lei foi aprovado em segundo turno na Câmara Municipal, no dia 1o de dezembro, graças à maioria que a base governista representa na Casa e resultou no aumento de 30% para imóveis residenciais e 45% para os comerciais, contra a vontade do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que chegou a sugerir um aumento de 60%.
Kassab alega que não se trata de um aumento e sim de uma atualização do imposto já que o último aumento aconteceu em 2001 e defendeu seu projeto dizendo que com o aumento do comércio, linhas do metrô e consequentemente a valorização dos imóveis, é injusto que não haja uma atualização de valores. Mas será que ele sabe o que é justo?Será que o ilustre prefeito tem circulado pelas problemáticas, esburacadas e inundadas ruas da cidade de São Paulo? Ou melhor, será que ele tem analisado as reais necessidades da cidade antes de elaborar seus projetos?
O fato é que o prefeito não tem priorizado os problemas da cidade, e sim o “cofrinho” da Prefeitura, que deve crescer em R$ 1,15 bilhão em 2010, se aprovado o aumento de 60% no IPTU. Um número tão alto quanto o número de enchentes que aterrorizou a população em 2009.E para o que os que sofrem com as tais enchentes, o prefeito Kassab tem mais um “presentinho”: O plano de prevenção e combate às enchentes ainda não foi elaborado pela Prefeitura. O Marco Regulatório, lei federal que obriga os municípios a preparar um plano de prevenção, já está em vigor há mais de três anos e a Prefeitura de São Paulo ainda não tem um planejamento.
Os últimos acontecimentos e tragédias por conta das enchentes mostram que o prefeito do “volta atrás”, tem muita dificuldade em levar seus projetos para frente e mais dificuldades ainda em elaborá-los. E na questão das enchentes tem tapado o sol com a peneira, com pequenas obras em locais críticos, enquanto o problema cresce. O que podemos esperar para o Natal do próximo ano?
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Legalmente Negra 