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23/10/2009 – Parque Várzeas do Tietê: desenvolvimento sustentável e pânico para os moradores – edição 113

 
Por Elaine Paiva

No dia 9 de outubro, o arquiteto Rui Ohtake apresentou o projeto “Parque Linear  Várzeas do Rio Tietê: Uma oportunidade de desenvolvimento sustentável através do turismo para a região da Zona Leste de São Paulo”. Segundo ele, o projeto visa corrigir um equívoco urbanístico. “A canalização do Rio Tietê foi um equívoco. Ele é um rio sinuoso, foi canalizado de forma reta e as edificações tomaram conta da várzea. Sendo assim, a natureza responde. Quando chove, o rio transborda”, explicou Rui, que disse ainda, que o Rio Tietê é um muito importante para São Paulo, e depois da canalização, passou a ser visto com um incômodo.

  Durante a apresentação, que aconteceu na USP Leste, o arquiteto disse que o projeto foi criado em 1974, com o objetivo de trazer para a São Paulo um “Núcleo de verde compatível com a dinâmica da cidade”. Em 1980, parte do projeto foi executada – a construção do Parque Ecológico do Tietê, próximo à estação engenheiro Goulart – e o restante foi arquivado. Há 3 anos atrás, o governador José Serra pediu a Rui que retomasse o projeto e o atualizasse para implantação.
   De acordo com o projeto, essa intervenção urbana deve ocupar uma área de 109 km², ao longo do Rio Tietê, que vai de São Paulo à Salesópolis, passando pelos municípios de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim. Dentro desse percurso deve ser construída uma via de 84 km de extensão, denominada Via Parque e alguns parques lineares que estarão situados em Ermelino Matarazzo, Vila Jacui, Jd. Helena, Itaim Paulista e Jd. Romano. Entre outras coisas, a intervenção visa a recuperação da paisagem, lazer e cultura para a comunidade e o afastamento da Marginal Tietê do leito do rio para evitar enchentes.
     A grande polêmica ficou por conta das desapropriações que devem ser feitas para a execução do projeto. Cerca de 3000 famílias devem ser removidas das localidades próximas ao Rio Tietê, porém o arquiteto Rui Ontake explicou que tudo deve ser feito em comum acordo com todos os moradores, para que sejam transferidos para lugares próximos de onde já vivem através de órgãos como a CDHU.
    Ao final da apresentação, Cristóvão de Oliveira, morador do Jd. Helena, disse que até momento, nada foi conversado com as famílias. Todos os moradores das ocupações próximas ao rio estão desesperados e sem saber o que fazer. O morador chegou a citar que a polícia já esteve nas ocupações expulsando pessoas e demolindo casas. Rui Ohtake, alegou não ter tomado conhecimento da situação, e disse que não concorda com o método utilizado com a polícia.
    Presente na apresentação, Wilson Alves, representante da Subprefeitura de São Miguel, admitiu que houve sim tal ação por parte da polícia, porém para impedir que novas casas fossem construídas na ocupação e não para expulsar os moradores antigos. Rui ohtake afirmou que em breve será marcada uma reunião com todos os moradores, para que haja um esclarecimento sobre o projeto.

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